quarta-feira, 29 de abril de 2009

A casa do Ser

Tantas perguntas nos atravessam o cérebro diariamente, e consequentemente nos transportam para uma tentativa de resposta quase inconsciente, que tomará a forma da nossa experiência e do seu percurso ao longo da vida. De uma infinidade de possibilidades, e sem sequer nos darmos disso, afunilamos a consciência universal, dentro de um tubo de ensaio. E ficamos deveras impressionados com isso, pois cada vez mais, inventamos formas de reduzir o espaço disponível dentro do vidro...
Quanto suportará o tubo??
Por vezes são muito frágeis e não suportam a pressão... partem-se, desaparecem enquanto vidro, para dar lugar ao TODO.
Noutras, apenas deixamos saltar a rolha, e deixar fluir a consciência, o infinito, o vazio... dentro de nós!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A Educação Colectiva Não Funciona

"A nossa política educacional baseia-se em duas enormes falácias. A primeira é a que considera o intelecto como uma caixa habitada por ideias autónomas, cujos números podem aumentar-se pelo simples processo de abrir a tampa da caixa e introduzir-lhes novas ideias. A segunda falácia, é que, todas as mentes são semelhantes e podem lucrar como o mesmo sistema de ensino. Todos os sistemas oficiais de educação são sistemas para bombear os mesmos conhecimentos pelos mesmos métodos, para dentro de mentes radicalmente diferentes.
Sendo as mentes organismos vivos e não caixotes do lixo, irremediavelmente dissimilares e não uniformes, os sistemas oficiais de educação não são como seria de esperar, particularmente afortunados. Que as esperanças dos educadores ardorosos da época democrática cheguem alguma vez a ser cumpridas parece extremamente duvidoso. Os grandes homens não podem fazer-se por encomenda por qualquer método de ensino por mais perfeito que seja.

O máximo que podemos esperar fazer é ensinar todo o indivíduo a atingir todas as suas potencialidades e tornar-se completamente ele próprio. Mas o eu de um indivíduo será o eu de Shakespeare, o eu de outro será o eu de Flecknoe. Os sistemas de educação prevalecentes não só falham em tornar Flecknoes em Shakespeares (nenhum método de educação fará isso alguma vez); falham em fazer dos Flecknoes o melhor. A Flecknoe não é dada sequer uma oportunidade para se tornar ele próprio. Congenitamente um sub-homem, ele está condenado pela educação a passar a sua vida como um sub-sub-homem."

Aldous Huxley, em "Sobre a Democracia e Outros Estudos"

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sensibilidade

Desde que me lembro a sensibilidade tem feito parte de mim! Mas sempre a considerei como uma fraqueza pessoal, algo que não me permitia estar presente em acordo com aquilo que se pede de um ser social.
De forma mais ou menos consciente, fui escondendo esse facto dos outros e consequentemente de mim. Sentia-me vulnerável na sua presença e isso significava dôr, sofrimento, angústia e incapacidade de me sentir aceite pelos demais membros do meu meio circundante.
E eu queria ser aceite...
Portanto lutei, e ao lutar fui-me anulando! Fui-me escondendo atrás de mil e uma máscaras de uma demonstração capaz de me colocar em lugar de destaque, longe de uma insignificância isoladora e descriminatória.
Ai como eu lutei...
A cada batalha travada, mais um muro se erguia...
Porém a adrenalina ia-me fornecendo alguma satisfação, que se foi tornando cada vez mais breve e com consequências mais danosas, para mim e para os outros.
Eram vitórias demasiado efémeras e assim fui continuando a minha guerra. Cada vez mais longe...
Até que um dia, a vida mostrou-me que teria de parar, ou algo de drástico podia acontecer...
Não podia continuar esta insanidade totalmente desprovida de uma percepção verdadeira de eu próprio.
Lentamente comecei a entender que não podia continuar e comecei a tentar perceber o porquê dessas batalhas e as suas reais consequências.
Comecei por abrir uma pequena brecha, que me permitiu tocar de novo a essência escondida.
Tentei senti-la como parte de mim, e fui entrando.
Vislumbrei-a quase moribunda e decidi que a tinha de integrar em mim, em quem eu sou, na minha vida, na minha relação com o mundo à minha volta, pois só desse modo encontraria o meu caminho...
E a cada passo que dei senti-me mais confortável, mais alegre e completo... Sei que tenho de continuar a abrir-me a esta sensibilidade que me envolve com tanta força... dar-lhe voz, expressão, visibilidade...
É nessa fase que me encontro, no perceber de que forma o irei fazer...
Não se o irei fazer, pois isso está mais que entendido, mas como abrir a rotina a mim próprio, integrando a satisfação e amor na minha vida!
Estou muito grato pela oportunidade que me voltar a encontrar...

Povo Borboleta

Que lindos têm sido os dias após o Gathering... Sinto-me mais aberto a mim próprio, e na percepção da relação com o mundo à minha volta...
Tem sido fantástico integrar na minha rotina, o entender da simplicidade e a sua harmonia... No modo como trata os momentos mais despercebidos e os
integra na consciência de sermos quem somos... Por momentos, quase me sinto a pairar subtilmente sobre um fluxo de amor que me transporta de volta a casa...
Foi fantástico tê-los conhecidos a todo(a)s e obrigado por terem estado assim, livres de expectativas e desentendimentos, e que dentro da desigualdade se conseguisse saborear a unidade e o seu poder curativo...

Até breve e...

MUITO AMOR PARA TODOS!!!!

AHEI!!!!!!