sexta-feira, 30 de abril de 2010

flor


Uma flor...
Que posso dizer acerca de uma flor?
Posso descrever-lhe a forma, a cor, o cheiro, o tamanho, para além de uma infinidade de características que me permito observar, sejam elas mais generalistas ou pormenorizadas. Poderia perder-me em adjectivos característicos de uma imagem por mim criada, interligando-a com o cenário presente e a sua neblina envolvente. Poderia referir as suas necessidades e funções, utilizando para isso os olhos de biólogo, dissecando-a célula a célula, num interminável alarido experiencial. Talvez escrevesse um livro, dois ou até mesmo três, talvez a espelhasse em mil poemas e lhe dedicasse canções sem fim, celebrando o pranto de emoções que jorrassem de dentro de mim. Poderia até a transformar numa borboleta de mil cores, que sem interesse voaria com asas de alegria... Mas onde tudo acabaria? Ou começaria? Haveria um fim anunciado, ou seria a eternidade a medida exacta à sua contemplação? Não será a flor a própria existência, onde a ausência de forma é a única característica inata? Como poderei descrever algo que não tem limite definido, sem principio nem fim? Talvez, apenas o silêncio consiga captar a verdadeira natureza da flor, unindo-nos ao vazio que nos traz aqui...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mente

A vida é uma ilusão, mas bastante credível ao que parece, onde somos apenas moldadores do tecido existencial, criando formas e dando-lhe uma definição, surgindo assim o fluxo da vida e o seu intemporal desenrolar de acções, que juntamente com as suas definições, esquemas e conclusões, se congregam num perfil existencial a que temos o hábito de chamar mente. Por si só este simbolismo nada representa, estando apenas presente devido ao facto de também ele ser parte do desventrar daquilo que sempre será. Também ela uma ilusão, apenas presente devido ao esquecimento induzido a que submeti partes de mim próprio, em prol de uma vontade inata de me descobrir e exparienciar.
Sem isso, o que resta?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Amor

Por vezes quando me expresso, ainda dou por mim a perguntar porque o faço ou com que intenção. Tendo a interpretar e a ser interpretado por aquilo que Sou e depois acabo por me limitar a mim próprio como resultado dessa explicação. Diz-se que palavras levas o vento, eu próprio já o afirmei por demasiadas vezes, mas a verdade que também elas são uma forma de arte, e apenas perdem essa característica quando criamos expectativas sobre a sua acção na vida, ou quando analisadas por outras expressões da minha mente, resultantes de um percurso existêncial que nos caracteriza como experiências únicas e totalmente diferênciáveis. Mas e se eu não quiser dizer nada? E se fôr apenas um sorriso, que sem intenção, demonstra aquilo que Sou nesse momento. E se não concordarem com isso, o que muda em mim? Tudo se não me reconhecer, nada se me conhecer... As palavras são como tudo na vida, uma extensão do que Sou no Agora, simplesmente isso, nada mais. E só eu posso saber disso, pois não existe forma de o fazer perceber a todos os outros. Aqueles que o sabem como eu, sabem-no e pronto... nada muda... apenas a forma como nos criamos mais livremente na Existência... só isso... Sem correrias...
É um processo solitário, mas ao mesmo tempo unificador e agregador, pois passas a não esperar nada dos "outros", e tudo o que experiênciares é uma dádiva de Quem ÉS.
Todo o jogo se desenrola dentro de mim, e não existe nada para além de... Apenas Eu... e até isso não me representa...
Então, porque me limito? Ou será que não, e é apenas uma opção? Se o souber posso simplesmente mudar de Experiência,... se não me sentir satisfeito com a que tenho.
Agora... Sou Amor...

domingo, 11 de abril de 2010

EU SOU a Vida e o Caminho, portanto sigam-me...

Porque continuo a expressar alguma raiva em relação à minha mãe, mesmo sabendo que essa emoção nada tem a ver com a sua pessoa, mas com a minha experiência? Porque continuo preso a sentimentos resultantes de uma maternidade um pouco tormentosa, mesmo sabendo que ela apenas existiu para me mostrar que a única verdadeira energia de Mãe reside dentro de mim, e não na representação de outro ser humano? Porque me limito a experiênciar vezes sem conta algo que já não quero, mesmo sabendo que simplesmente tenho a opção de não o fazer, e que não existe nada de errado nessa decisão? Mas se o decido fazer, o que também está certo, porque não recebo as palavras como música, e continuo a atribuir-lhes um sentido baseado no meu passado? Porque me custa tanto assumir essa responsabilidade de cuidar e nutrir-me a mim próprio, sem a necessidade que esse movimento seja de fora para dentro? Porque continuo a olhar para mim como um Ser desprotegido e fraco, que não poderá sobreviver às agruras de uma sociedade sem uma protecção exterior, sabendo que isso me limita na minha expressão Divina de Quem Realmente Sou?
EU SOU um SER Completo, Perfeito, apenas pelo facto de Existir!!
EU SOU a Mãe, o Pai, e tudo o resto que Existe!!
EU SOU a Vida e o Caminho, portanto sigam-me!!

domingo, 4 de abril de 2010

Ser

É importante que tenhamos a coragem de nos olharmos nos olhos, lá bem fundo, e aceitar tudo aquilo que somos... Não vale a pena tentar dourar a pílula, pois é tudo parte de quem somos, e apenas estaremos a enganar-nos a nós próprios... Uma vez nesse espaço, muitas vezes de dôr e angústia, e se quisermos realmente integrar tudo aquilo que somos, apenas temos que entender o Amor como parte de tudo, e expressá-lo de dentro para fora, transmutando a nossa energia e criando uma experiência mais simples e envolta num manto de felicidade e paz...