sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sensibilidade

Desde que me lembro a sensibilidade tem feito parte de mim! Mas sempre a considerei como uma fraqueza pessoal, algo que não me permitia estar presente em acordo com aquilo que se pede de um ser social.
De forma mais ou menos consciente, fui escondendo esse facto dos outros e consequentemente de mim. Sentia-me vulnerável na sua presença e isso significava dôr, sofrimento, angústia e incapacidade de me sentir aceite pelos demais membros do meu meio circundante.
E eu queria ser aceite...
Portanto lutei, e ao lutar fui-me anulando! Fui-me escondendo atrás de mil e uma máscaras de uma demonstração capaz de me colocar em lugar de destaque, longe de uma insignificância isoladora e descriminatória.
Ai como eu lutei...
A cada batalha travada, mais um muro se erguia...
Porém a adrenalina ia-me fornecendo alguma satisfação, que se foi tornando cada vez mais breve e com consequências mais danosas, para mim e para os outros.
Eram vitórias demasiado efémeras e assim fui continuando a minha guerra. Cada vez mais longe...
Até que um dia, a vida mostrou-me que teria de parar, ou algo de drástico podia acontecer...
Não podia continuar esta insanidade totalmente desprovida de uma percepção verdadeira de eu próprio.
Lentamente comecei a entender que não podia continuar e comecei a tentar perceber o porquê dessas batalhas e as suas reais consequências.
Comecei por abrir uma pequena brecha, que me permitiu tocar de novo a essência escondida.
Tentei senti-la como parte de mim, e fui entrando.
Vislumbrei-a quase moribunda e decidi que a tinha de integrar em mim, em quem eu sou, na minha vida, na minha relação com o mundo à minha volta, pois só desse modo encontraria o meu caminho...
E a cada passo que dei senti-me mais confortável, mais alegre e completo... Sei que tenho de continuar a abrir-me a esta sensibilidade que me envolve com tanta força... dar-lhe voz, expressão, visibilidade...
É nessa fase que me encontro, no perceber de que forma o irei fazer...
Não se o irei fazer, pois isso está mais que entendido, mas como abrir a rotina a mim próprio, integrando a satisfação e amor na minha vida!
Estou muito grato pela oportunidade que me voltar a encontrar...

1 comentário:

Coração de Lys... disse...

Querido Viajante,

Que esta pequena brecha que deixaste abrir até à tua essência se encha de luz, e que a tua essência que vibra de sensibilidade, possa brotar, como a água de uma fonte a romper a terra, imensa e eterna, feliz.. que a tua luta seja travada sem confrontos, que ela dê lugar à alegria que é vivermos de coração cheio e aberto, vulnerável, mas também completo, de amor e emoções!

Grande abraço,
até breve,

Sundari