Por vezes paro imóvel, por entre a eterna loucura, tentando equilibrar-me no chão onde me transporto. São meros instantes de lucidez, que brotam tímidos por entre as frinchas do meu ego, e me tocam o corpo com movimentos voláteis, de sabor a mel. Só eu estou presente, e tudo à minha volta flutua seguindo o seu trajecto habitual, sem querer imaginar a magia deste lugar, que me abriga e alimenta. É aqui que me procuro, onde a razão é uma mera desilusão e a contagem da vida volta sempre a um princípio. São momentos de coragem, clareza e visão, onde batalhas se travam sem qualquer violência... Provas de amor e total encantamento, onde as armas são feitas de ar e o pensamento, guiado pela moral, conquista louvores por tão memorável desempenho. Quero criar raízes e ficar por aqui, escondido... Mas não posso! Transporto-me de volta, tentando manter-me fiel ao que aprendi, seguro e capaz de me afirmar pelo que sou e não pelo que fazem de mim. Apenas eu, posso mudar a minha vida...
"Cada homem tinha apenas uma vocação genuína: descobrir o caminho que o levava a si próprio (...). A sua missão era descobrir o seu próprio destino - não um destino arbitrário - e vivê-lo em pleno, resolutamente dentro de si. O resto não passava de uma existência possível, uma tentativa de evasão, uma fuga em direcção aos ideais das massas, conformidade e medo da sua própria essência individual."
Demian, de Hermann Hesse
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
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