terça-feira, 21 de julho de 2009

Mas o barulho é tanto...

Que barreiras são estas que me impedem de crescer, me limitam o movimento e contêm a explosão. Apenas as consigo vislumbrar, mas nunca lhes tocar, pois escapam-se entre os dedos, como as ondas do mar...
O ruído retrai-me e o movimento impede-me de parar, sempre à espera de uma oportunidade para me fazer andar.
É como se o mundo gritasse de sofrimento, sem o que o queiramos perceber, apenas nos deslumbrando com aparências e tudo o que reluz.
A minha tendência é o silêncio, o refúgio, pois apenas nesse momento sinto o bater do coração. É o silêncio eterno e toda a sua solidão, onde a luz de uma vela revela a união.
Mas como consigo juntar ambos os lados da moeda?
Como misturar o fundo pacifico do oceano, com a turbulência da superfície?
Como unir o centro e a periferia do tornado?
Percebo que um não pode existir sem o outro, que apenas fazem sentido como o todo...
Mas como custa fazer essa ligação, apesar de apenas assim podermos experienciar a existência na sua totalidade!! O ponto de equilíbrio, a sustentação... Como é tão fácil na natureza e tão difícil em nós... Ou talvez não!
Como aqui chegá-mos??
Como voltamos para trás??
Como dissipamos as nuvens que nos preenchem o céu azul??
A chave está sem dúvida na individualidade e no seu equilíbrio consciente. No conseguirmos desidêntificarmo-nos com aquilo que nos foi ensinado como a mais pura das verdades e conseguirmos olhar para trás do pano, do ecrã...
Toda a transformação começa por aí! Depois virá tudo o resto, pois não será possível a sobrevivência de um sistema montado sobre o desequilíbrio e separação do indivisível... Pura ilusão que nos rege a vida...
Pura estupidez a nossa de olharmos sempre para o lado e deixarmos que nos impinjam sistemas de crenças que apenas servem para nos controlar...
E como é forte esse vórtice, chupando a vida para o seu ventre...
Temos que estar conscientes a cada momento... Simples testemunho... Não existe outra forma...

Mas o barulho é tanto...

Sem comentários: