quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gota de água

Faltam-me as palavras, para expressar a pureza e magnitude do poder que existe em mim, pronto para ser expressado. Não são momentos soltos e abstractos, pelo que sinto a total impossibilidade em prender a essência dos mesmos, prolongando-se e tocando toda a vida, sem qualquer tipo de exclusão. Olho-me nos olhos, e vejo a existência deleitando-se nas águas do mar eterno. Quero mergulhar no seu vazio e ser devorado pela fonte que me alimenta. Não sou mais que uma gota de água, que no salpico matinal observa a sua própria vastidão. Celebro o êxtase da experiência em toda a sua magnitude, aceitando-a como uma dádiva de crescimento. No retorno ao berço materno, entrego-me com abertura e gratidão, pela oportunidade de me poder amar e vivenciar, não como uma separação, mas como a totalidade.
Esse amor é inato, e mostra-se como o florescimento espiritual da matéria, quando se abre uma brecha na dureza da mesma, e deixe transparecer a verdadeira essência da existência. Deixar esse amor inundar a nossa vida, criando uma ligação directa à fonte da vastidão. Deixar que essa água milagrosa amoleça a pedra e a transforme em barro, pronto a ser moldado pelas mãos da consciência. E que esse espaço seja cada vez maior, mais amplo, para que abrace tudo à nossa volta, e que lentamente vá mudando a consciência mundial e universal.

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